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Noites de “Rua Cheia”

Entre os dias 13 de agosto a 05 de setembro, o Ecomuseu do Corvo dinamizou as “Noites de Rua Cheia”.
Com esta atividade pretendeu-se proporcionar, a toda a população do Corvo e a quem nos visita, uma oferta cultural e recreativa, através da dinamização de espaços públicos de interesse patrimonial.

Lançamento do livro “A Indústria Baleeira dos Açores”

No passado dia 13/08, apresentámos o Livro de José Carlos Garcia “A indústria baleeira dos Açores”. Mais do que a apresentação do livro, pretendeu-se divulgar a Cultura e a História dos Açores.

José Carlos Garcia, natural de São Roque do Pico, é licenciado em Sociologia pela Universidade dos Açores (2001), onde teve o estatuto de colaborador do Centro /Gabinete de Estudos Etnológicos, entre 1998 e 2018. É investigador na área da antropologia da ilha do Pico, sobre a qual tem produzido trabalhos de temática patrimonial e museológica. Em 2001, integrou o projeto de organização do Museu dos Bombeiros Voluntários de Ponta Delgada.

Como autor, conta já com várias publicações, nomeadamente sobre a temática baleeira, tendo editado o seu primeiro livro em 1998.

Apresentação do livro

“A Indústria baleeira dos Açores”, é um livro editado, em 2021, pelo Observatório do Mar dos Açores (OMA), que contou com o apoio científico do Centro de Estudos Humanísticos da Universidade dos Açores.

Trata-se de um trabalho desenvolvido sob orientação de Rui de Sousa Martins, membro da Comissão Coordenadora Científica do Centro de Estudos Humanísticos da Universidade dos Açores, resulta de um trabalho de investigação, realizado ao longo de quatro anos, sobre a baleação Açoriana, parte integrante da identidade cultural da Região, assumindo-se como um excelente contributo para o estudo da indústria baleeira dos Açores.

No seu livro José Carlos Garcia aborda, de forma sistémica e numa perspetiva antropológica, a “cetofauna, a riqueza das baleias arrojadas, a importação do azeite de peixe do Brasil, a passagem da baleação atlântica anglo-norte-americana, que privilegiou o cachalote, e o desenvolvimento da sua pesca longínqua, interinsular e local”.

Ao longo de mais de 200 páginas o autor retrata, de forma detalhada, a indústria baleeira dos Açores, desde os tempos mais remotos da colonização, em que o aproveitamento destes cetáceos arrojados era feito, apenas, ocasionalmente quando estes davam à costa, mas cujos proveitos eram monopólio régio.

Retrata, igualmente, o impacto que esta atividade teve na economia e  no desenvolvimento local e Regional entre os séculos XVIII e o séc. XX (1984, ano em que esta atividade foi proibida).

Com base em documentação, de diferentes tipologias, bem como em depoimentos recolhidos pelo autor, este livro vai além do conceito de industria baleeira e alonga-se no conceito de cultura baleeira.

Para além da interpretação e descrição da indústria baleeira quer a itinerante (1765-1927), quer a sedentária, também considerada “indústria-relíquia”, numa primeira fase manufatureira e numa segunda fase industrial (1851-1984); faz, também, uma abordagem das condicionantes sociais, geográficas e paisagísticas; dos fenómenos sistémicos da própria indústria; dos hábitos de consumo; das normas dos poderes públicos, central e local; dos ciclos da baleação atlântica e das capturas mundiais.

Este livro não deixa de abordar e especificar as bases materiais da baleação em todas as ilhas do Arquipélago dos Açores e fazer a sua ligação com todo um conjunto de processos sociais, lúdicos, patrimoniais e turísticos, que permitem associar uma atividade “memória” a novas realidades com as quais os Açores se identificam.

Este livro é, sem dúvida, um livro memorável e um excelente contributo para o estudo da indústria baleeira dos Açores, numa perspetiva antropológica.

Um livro que guarda a memória de um povo trabalhador e resiliente que soube enfrentar as dificuldades e que Dias de Melo tão bem captou na sua obra “Vida vivida em terras de baleeiros”, e que José Carlos Garcia reproduz no introito do seu livro:

“Mas a nossa grande aventura, a nossa grande epopeia baleeira.

Crescíamos. Entre alegrias e tristezas, baleias que matávamos, baleias que nos matavam, temporais que vencíamos, temporais que nos venciam e afogavam, as nossas cantigas floriam no chão da nossa terra, as nossas histórias minavam o berço do nosso sonho, as nossas lágrimas ensopavam o sal do nosso mar – deste nosso mar que se tornava pequeno para a imensidade da nossa fome”.  

Dias de Melo, Vida vivida em terras de baleeiros, 1983, p.57

Por último, gostaria de dizer que, como professora, gostaria de ver a temática da história da baleação, integrada no currículo regional.

A transmissão deste conhecimento é essencial para que a memória e a história da baleação perdurem no futuro. É importante transmitir a história desta epopeia açoriana aos nossos jovens, na qual a obra de José Carlos Garcia se enquadra na perfeição. 

Obrigada a todos os que marcaram presença e ajudaram na dinamização desta atividade.

Deolinda Estêvão

Concerto com Isabel Mesquita

No 25 de agosto, pelas 21:30, o Ecomuseu do Corvo dinamizou as “Noites de Rua cheia”, no Largo do Outreiro, onde Isabel Mesquita apresentou o seu disco, intitulado “Ilhéu”.

Isabel Mesquita é uma cantora, natural da ilha de Santa Maria. É nesta ilha que inicia a sua experiência pelo mundo da música. Os seus temas têm a influência do atlântico e inspirações da lusofonia. Canta temas originais com poemas da sua autoria, mas também de Natália Correia, Florbela Espanca, Paulo Ramalho e Daniel Gonçalves.

Noites na Atafona – Urbansketching

Primeiro encontro sobre urbansketching na ilha do Corvo, com a realização de uma oficina, que se realizou no dia 30/08, pelas 21h30, junto à Atafona.

Este encontro foi dinamizado por Alexandra Baptista que faz parte dos Urbansketchers Portugal Açores, um coletivo de autores voluntários que tem como principal missão desenvolver o valor artístico e educacional do desenho in situ.

Esta sketcher fixa no seu caderno a função documental do quotidiano. A atitude, por vezes, contemplativa amplia o espaço insular que se manifesta em experiências e ensaios que instigam o conhecimento do lugar, porque «a beleza vira-nos a alma do avesso e vai-se embora» Eugénio de Andrade, mas o desenho capta o momento e imprime-o na memória.

Durante este primeiro encontro foi feita uma tentativa de implementação de uma prática de desenho “in situ” como forma de conhecimento, que nos convida a estar e a ver atentamente o que nos rodeia e carateriza.

Exposição “Sole Mio”

SOLE MIO (Alexandre Sampaio, 2021/2022), é um dos “projetos culturais com interesse relevante para a preservação, valorização, promoção e divulgação da Região Autónoma dos Açores”, cofinanciado pelo Governo Regional dos Açores, com o apoio da Direção Regional dos Assuntos Culturais, propondo-se a construir um corpo de imagens do território, em técnica de fotografia solar, no período compreendido entre junho e dezembro de 2021, nas ilhas de Santa Maria e Corvo.

Para saber mais visite exposição de Fotografia Solar no Corvo, intitulada “Sole Mio”, que será inaugurada no dia 03 de setembro, às 21h30, no Multiusos.

Esta exposição estará patente ao público até ao dia 30 de outubro no seguinte horário:

De segunda a sexta-feira, entre 10h30 e as 12h30 e as 14h30 e as 17h00.

Comemoração do centenário do nascimento de Pedro da Silveira

No âmbito das celebrações do centenário do nascimento de Pedro da Silveira, o Ecomuseu exibiu, no dia 05 de setembro, em simultâneo com as restantes ilhas do Arquipélago, o documentário “Os Livros que ficaram por ler” sobre a sua vida e obra. Esta foi uma iniciativa da Direção Regional dos Assuntos Culturais.

Saiba mais em:

http://www.culturacores.azores.gov.pt/agenda/

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