Categories
50.º Aniversário do 25 de Abril

Projeto digital “Da Sombra ao Cravo – O 25 de Abril pelos Olhos do Património Cultural”

Esta iniciativa, que compreende uma aplicação para telemóvel e uma publicação em formato digital, disponíveis no portal Cultura Açores, constitui um recurso educativo não formal e pretende, através de uma seleção de peças e documentos, nem sempre acessíveis ao público, pertencentes aos Serviços de Promoção Cultural (oito museus, um ecomuseu, três bibliotecas e arquivos regionais, um centro de artes), contar a história dos principais acontecimentos políticos do século XX, que conduziram ao 25 de Abril.

Resultando da investigação efetuada por estes Serviços e disponibilizada nas plataformas de acesso público (CCM – Catálogo Coletivo de Museus, Koha e Archeevo), este trabalho vai também ao encontro da temática escolhida pelo ICOM – International Councilof Museums para 2024, a saber, “Museus para a Educação e Investigação”.

Read more: Projeto digital “Da Sombra ao Cravo – O 25 de Abril pelos Olhos do Património Cultural”

Categories
50.º Aniversário do 25 de Abril

As “Ondas da Rádio” e o 25 de Abril no Corvo

25 de Abril de 1974, o dia da revolução que trouxe a democracia e a liberdade a Portugal.
Este ano de 2024 marca o 50.º aniversário da Revolução dos Cravos, revolução pacífica que pôs fim ao regime ditatorial que se vivia em Portugal desde 1926.
Quase 50 anos passados, procuramos hoje relembrar os acontecimentos desse dia. Que vivências se deixaram para trás. O que se conquistou e o que se modificou.
Para Portugal, a Revolução do 25 de Abril de 1974 significou o final do Estado Novo, da censura e da guerra, que deram o lugar à liberdade e à democracia. Na Madeira e nos Açores significou, também, a autonomia; uma autonomia que perdura e que favorece o crescimento e a evolução destas duas regiões autónomas de Portugal, de características tão singulares.
A autonomia dos Açores permitiu uma maior unificação das nove ilhas, que anteriormente se dividiam em três distritos distintos e que mesmo na autonomia administrativa de 1895 não tinha integrado o conjunto das ilhas açorianas (na altura, as quatro ilhas do antigo distrito da Horta não integraram a primeira autonomia). A unificação de 1976 perdurou, assim como o sempre pujante regime autonómico.
Apesar da sua pequena dimensão, reduzida população e isolamento, a influência do regime do Estado Novo estava muito presente no quotidiano da ilha do Corvo no período que antecedeu o 25 de Abril de 1974.
Até aqui, no extremo mais ocidental da Europa, os longos tentáculos da PIDE chegaram. A censura fazia-se sentir no dia a dia dos corvinos, que eram regidos por normas de conduta controladas, com mão de ferro, pelo então professor e Presidente da Câmara, Alfredo Lopes, que estabeleceu e fez observar diversas proibições.
Terá proibido que as galinhas andassem à solta pelos caminhos; estabelecido que quem deixasse cair lixo na rua era multado e que quem não agisse em conformidade com as regras definidas, era multado em 3$00 (custo pesado para a época).
Com base em alguns depoimentos por nós recolhidos, existiram, alegadamente, informantes da PIDE no Corvo. Situação que criou constrangimentos, de diversa ordem e natureza, entre a população da ilha.
Foram também vários os corvinos que foram recrutados para combater na Guerra do Ultramar, em Angola, na Guiné e em Moçambique. Foram 16 no total. Trata-se de um número considerável de homens, isto tendo em conta a pequena dimensão demográfica da ilha. Terá sido certamente uma situação desconcertante para esses jovens, como o foi para tantos outros portugueses do resto do país, terem de partir da sua pequena e pacífica localidade, para o difícil cenário de guerra que as tropas portuguesas enfrentavam em África.
O Sr. José Maria Fraga, de 73 anos, foi quem, amavelmente, nos descreveu as suas vivências nesse tempo. Quando se deu o 25 de Abril de 1974, o Sr. Fraga encontrava-se já no Corvo, regressado da Guerra Colonial. Foi combatente no leste de Angola, nomeadamente em Cangombe, Cangamba, Alto Cuíto, Nhonga e Bié, país onde esteve 26 meses e 18 dias, como conta com inabalável memória e precisão.
Regressou no dia 24 de abril de 1974, um dia antes da data da Revolução de Abril. Foi também ele quem nos relatou como chegou ao Corvo a notícia da ocorrência da Revolução.
Como sucedeu em muitos pontos do país, a notícia chegou ao Corvo através da rádio. Na altura já existiam no Corvo algumas pessoas (poucas) que tinham rádio em casa, como era o caso da futura esposa do Sr. Fraga, a Sr.ª Maria José Mendes, que na casa dos pais tinha um rádio. Foi através das emissoras de rádio que transmitiam para o Corvo, a Emissora Nacional, o Asas do Atlântico, o Rádio Clube Português e a Rádio Clube de Angra, que os corvinos tiveram conhecimento que a ditadura havia findado.
Assim, no âmbito do 50.º Aniversário do 25 de Abril de 1974, o Ecomuseu do Corvo selecionou um aparelho de rádio como peça emblemática e de elevada importância para a ilha.
Salientamos o aparelho de rádio da marca Grundig, modelo 3088, fabricado na antiga Alemanha Ocidental, na década de 50 do século XX.
Este rádio pertence à Paróquia de Nossa Senhora dos Milagres de Vila do Corvo. Foi através do Sr. Padre Francisco Xavier que tomámos contacto com esta peça tão emblemática, tendo sido autorizada a sua análise e o seu registo fotográfico.
Este exemplar antigo encontra-se em muito bom estado de conservação, constituindo uma memória material dos meios tecnológicos da época que permitiram a rápida chegada da notícia do fim do Estado Novo e o início de uma nova era política para Portugal e também para a ilha do Corvo. No caso em apreço, este foi mesmo o aparelho onde muitos ouviram, na ilha do Corvo, a notícia da chegada da liberdade e da democracia ao país.

Categories
50.º Aniversário do 25 de Abril

50.º Aniversário da Revolução do 25 de Abril – Celebrar Abril no Dia Aberto dos Moinhos de Vento

A 25 de abril o Ecomuseu do Corvo irá comemorar o 50.º Aniversário da Revolução do 25 de Abril e celebrar a Liberdade!
Neste dia serão colocadas as velas nos moinhos de vento para celebrar a Liberdade, a Paz e a Democracia, bem como dar vida a este inestimável Património, valorizar as memórias e as tradições e criar processos educativos e de capacitação da comunidade.
Programa:
10H30 – “Caminhada pela Liberdade”. Atividade realizada em articulação com o Serviço de Desporto da Ilha do Corvo (ponto de encontro junto aos moinhos de vento);
11h15 – Oferta de um lanche aos participantes na “Caminhada pela Liberdade” (Multiusos do Corvo);
11h45 – Visita à exposição: As “ondas” da Rádio e o 25 de Abril no Corvo;
14h30 – Dia Aberto dos Moinhos de Vento. Moinhos que celebram Abril;
– Demonstração do funcionamento dos moinhos;
– Jogos do Património;
– Exposições;
– Recriações.
17h00 – “Convívio da Liberdade” com oferta de comes e bebes;
18h00 – Oferta de cravos vermelhos a todos os participantes.

Contamos com a presença de todos neste dia que que assinala a Liberdade, a Democracia e a Paz.

Obs: Sendo uma atividade ao ar livre a mesma está dependente das condições meteorológicas.

Categories
50.º Aniversário do 25 de Abril

Sessão Teatral -“25 de Abril – História de uma Revolução”

Na interrupção letiva da Páscoa o Ecomuseu do Corvo assinalou no dia, 25 de março, o 50.º aniversário do 25 de Abril com uma peça de teatro, transmitida via zoom e apresentada pela companhia de teatro profissional “TeatroEduca”, intitulada “25 de Abril – História de uma Revolução”.
Trata-se de uma peça de teatro pedagógica (destinada a um público em idade escolar) que conta a História da Revolução que derrubou, quase sem derramamento de sangue e sem grande resistência das forças leais ao Governo, o regime ditatorial herdado de Oliveira Salazar. Nesta peça são também abordados os temas do Marcelismo, até à entrada em vigor da Constituição de 1976.
Com esta atividade pretende-se que os alunos consigam distinguir situações de vivências em ditadura e em democracia, identificar as razões que conduziram à Revolução do 25 de Abril de 1974, conhecer e valorizar a ação das principais figuras da Revolução e desenvolver atitudes e comportamentos de respeito, tolerância e defesa da liberdade.