A barreta do Corvo é o resultado de uma necessidade que se aliou à capacidade de criação de um povo que, desde cedo, se viu entregue a si próprio.
Sendo a lã a única matéria-prima na ilha que permitia a confeção do vestuário, também a barreta era feita naquele material, agasalho perfeito para combater o frio nos Invernos rigorosos.
A sua cor azul anil, à semelhança de outras peças de vestuário, deve-se à utilização do anil enquanto corante têxtil. Apresenta ainda, a toda a volta, um padrão em lã branca, localmente designado por grega e um pompom no topo.
A aplicação do pompom permanece um mistério, pois este não tem uma utilidade aparente, a não ser de oferecer maior proteção à cabeça no interior das baleeiras cujo pé-direito era reduzido em diversos compartimentos.
Feita em tricot com um conjunto de 5 agulhas, e uma barra estreita (grega), trabalhada com o tradicional branco natural.
O modelo e a técnica de confeção terão sido transmitidos aos corvinos a bordo das baleeiras americanas que desde o século XIX cruzavam os mares dos Açores e aportavam à ilha para fazer a aguada e recrutar homens para as tripulações. Durante as longas viagens no mar alto, estes homens terão aprendido a tricotar e, uma vez regressados, terão transmitido a técnica às suas esposas que passaram a ser as responsáveis pela produção das barretas.
Referência de pesquisa: Centro de Artesanato e Design dos Açores
As barretas do Corvo estão reconhecidas como marca coletiva de certificação “Artesanato dos Açores”, pois trata-se de um bem patrimonial tradicionalmente manufaturado na ilha do Corvo.
Esta certificação de origem e qualidade, visa contribuir para a sua valorização cultural e para a sua distinção no mercado.
É ao Centro de Artesanato e Design dos Açores (CADA) que compete garantir a certificação de origem e qualidade dos produtos artesanais.